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sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Metafísica e suas origens


           

       Quando se fala sobre metafísica, dificilmente chega-se a um consenso em relação à definição do termo. Normalmente, os filósofos, em vez de buscarem uma definição nominal que possa ser utilizada por todos, tendem a tentar definir o conceito já a partir de suas próprias concepções filosóficas.
            Na concepção de Régis Jolivet, a metafísica seria aquela ciência que, distinta da filosofia da natureza, se dedica ao estudo das coisas que ultrapassam o domínio da física, sendo também, consequentemente, uma ciência do imaterial.
            A origem do termo remonta à Andrônico de Rodes, que, na edição da obra de Aristóteles, nomeia os livros que se situam depois da Física de Metafísica. Se a opção pelo nome resumiu-se a uma questão de catalogação ou se teve alguma preocupação filosófica é algo que se discute até hoje. A vasta discussão que se manteve ao longo de toda a história da filosofia em torno do assunto aponta para a segunda opção.
            O próprio Aristóteles, nas obras, não utiliza o termo metafísica, mas filosofia primeira ou teologia. Segundo o Estagirita, há pelo menos quatro definições que podem ser feitas sobre o objeto da metafísica. A primeira delas, seguindo a tradição pré-socrática da busca pela arché, é aquela que apresenta a metafísica como a ciência que investiga os princípios ou as causas supremas. A segunda, ainda em linhas pré-socráticas, encontrando em Parmênides a preocupação do ser em sua pureza, define a metafísica como a ciência do ser enquanto ser, sendo assim uma concepção ontológica. Outra abordagem se concentra na questão daquilo que mais especificamente constitui o ser, sendo a ciência que se preocupa com o problema da substância. E, por fim, com um olhar mais abrangente, está a definição de metafísica como uma ciência divina, ou, em outras palavras, teologia.
            É importante observar que, qualquer que seja a definição, o estudo da metafísica somente será possível considerando-se a transcendência do mundo sensível. Qualquer limitação nesse sentido seria suficiente para sair do domínio da metafísica e voltar para a esfera física. Quanto aos que perguntam sobre a finalidade dessa ciência, Aristóteles responderia que ela tem fim em si mesma. A metafísica nasce da sede natural do homem, que, tomado pelo espanto e pelo maravilhamento diante da realidade, busca conhecer a razão última de todas as coisas.
            



            

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