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sábado, 18 de agosto de 2012

Reminiscência e conhecimento em Platão



O tema central do Mênon concentra-se sobre a questão se a virtude se ensina ou não. A resolução do problema, entretanto, não pode ser encontrada sem que antes se tenha uma definição exata do que é a virtude. Seria possível ao homem conhecer algo sem o conhecimento prévio do que algo é? – é a pergunta levantada por Sócrates.
Mênon, ao tentar solucionar o questionamento socrático sobre o que seria a virtude, acaba por oferecer respostas que já contêm em si mesmas o conceito. Para Sócrates, porém, não se pode explicar o todo pelas partes, visto que para conhecer as partes, seria necessário, antes, conhecer o todo. Assim, Mênon vê-se num labirinto sem saída e, em estado de aporia, compara Sócrates a uma raia elétrica, peixe marinho que entorpece quem dela se aproxima e toca.
A saída proposta por Sócrates para o problema da origem do conhecimento passa pela imortalidade da alma. Para ele, o homem tem um conhecimento inato, algo que já traz dentro de si e que seria fruto do conhecimento da alma, que, por ser eterna, tudo conhece. Portanto, o conhecimento dar-se-ia através de um processo de anamnese, onde o sujeito, na realidade, não conhece algo novo, mas apenas recorda-se do que já sabe. É o que ficou conhecido na história da filosofia como teoria da reminiscência.
No Fédon, Sócrates irá retomar a questão e, numa perspectiva mais metafísica, enfatizar a relação entre a reminiscência, os objetos sensíveis e as formas. Para ele, é a reminiscência que irá possibilitar a apreensão das formas, ou das essências inteligíveis – que encontram-se separadas das coisas sensíveis –, permitindo o conhecimento verdadeiro, que, por sua vez, também será contraposto à ideia de opinião (doxa).
É interessante perceber que em seus diálogos, Platão parece apresentar uma distinção entre a formação do filósofo e aquela do homem comum. O conhecimento das Formas, ou a episteme, seria alcançado apenas pelo primeiro. O segundo viveria, do ponto de vista do conhecimento, numa espécie de mundo inconsciente, onde as Formas são pressupostas no contato com as coisas. Daí a necessidade da instrução e a responsabilidade do filósofo em conduzi-lo à descoberta de verdade.

2 comentários:

  1. que merda estudar nessa escola ruim.o lanche nem presta muitos menos os professores..são alguns q explica a tarefa direito,outros,gritam,e xingam a gente de burros,e respondo tamos na escola para aprender...né...se nois alunos podesse colocar fogo nesse colegio...mais n ne como é pro futuro...imagino nosso futuro,como vai ser...só a tragedia

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