A boca fala do que o coração tá cheio

terça-feira, 3 de março de 2015

Casamento (II)



No entre do encontro
A latência manifesta
É como a festa da potência
Que no dar-se ao outro
Recebe como troco
O ouro de si mesmo

Na ação da relação
O um se abre ao dois
Dois se tornam Um
Unidos 
Contemplam o alvorecer e o florescer
Do melhor de cada ser

Uma ciranda de delícias
Onde opostos não se opõem
Mas no perfeito encaixe da engrenagem
Gira livre o mais profundo
Descortinando a cada passo
Mistérios do ir junto

Bendito seja o homem
Que topando em seu destino
Não contente com a metade
Lançou-se por inteiro
No penhasco do Amor
Abismo da alteridade








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