A boca fala do que o coração tá cheio

segunda-feira, 16 de junho de 2014

No funil da liberdade




Expandir a consciência
Pode até rimar
Mas não combina
Com malemolência

Quando existir
Permite a ti
Abrir portais na eternidade
Cada nova porta traz em si
Uma nova responsabilidade

É o universo em suas leis
Alertando a todo instante
Que no caminho da luz
Só é possível ir adiante

Num olhar mais apressado
Pode parecer pesado
Mas é fato inegável
Que a quem mais é dado
Mais também será cobrado

Não à toa
Penetrar nos recônditos mistérios da liberdade
É antes de tudo
Inserir-se num caminho cada vez mais apertado

Assim é porque a liberdade do ser
Nunca esteve em realizar seu muito querer
Mas de maneira muito mais sublime
Em sua capacidade
De discernir cada vontade

Quem em algum momento
Aí já foi queimado
Atrevendo-se a tocar a chama do sagrado
Traz em si o ensinamento

Como substância primordial da vida
E paradoxal como ela é
A liberdade nos convida não a tudo
Mas apenas a esse nosso pouco-muito 
Que há de ser realizado

Como um funil existencial
Guia-nos àquele pacífico lugar
Onde unidade e singularidade 
Caminharão eternamente lado a lado


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