Compromisso, no verão,
evapora
O calor é urgente!
A mangueira cheia de
manga
E nego se matando de
trabalhar
O real é suave – ainda
que intenso.
Tá aí uma coisa
gostosa: Haxixe!
Telejornalismo: Quanta
babaquice!
A Realidade última é
milagre, ponto final.
Vida: Um eterno início
Parte superior do formulário
Inferno: nasce na mente,
se cria no olho e vaza pela boca.
Chatice militante:
desespero fantasiado de moral.
Gosto de quem me faz
ler sorrindo.
Andando por aí,
descobri que a ortodoxia é a prisão dos que escolheram colocar suas vidas sobre
os trilhos do medo. Obviamente, não falo de “uma” ortodoxia, mas do “desejo de
ortodoxia”, já que muitos grupos diferentes – e até contraditórios entre si – a
reivindicam. As expressões de ódio e o sectarismo provenientes de todos eles – seja
na ciência, na religião ou no futebol – são apenas reflexos de suas mentes
encagaçadas.
Pra morrer basta estar
morto. O vivo vive.
Milagre não é mágica, é
Vida. E Vida é caminho. Um caminho mágico...
Realizar nossa
responsabilidade sobre a terra é uma questão de vida ou morte. E o Deus dos
vivos certamente nos ajudará.
"Quando alguém
deseja a saúde, é preciso antes lhe perguntar se está pronto a suprimir as
causas de suas doenças. Só então é possível ajudá-lo." Hipócrates
– Rodrigo, você pode ir
à farmácia buscar esse remédio?
– Posso sim, vô!
Conclusão: Vivo num
tempo em que Rivotril – a macoinha consumida por gente de bem, que não se
mistura com vagabundo nem com viciado, e produzida legalmente pelos nossos
anjos da guarda da indústria farmacêutica – custa 10 conto! A cartela com 30!
(preço de dar inveja a crackudo). Além disso, as grandes farmácias se
transformaram em points bizarros, com cafés que servem vários quitutes, num
ambiente da maior descontração. O sujeito já come sua coxinha ali, na sequência
dropa um Omeprazol, e, de quebra, ainda faz uma social, pega alguém, dá uma
zoada. Todos circulam livremente, não tem PM querendo prender ninguém, nenhum
gesto de reprovação, preconceitos, nada! Tranquilão! Tudo sem alteração,
transcorrendo na mais perfeita normalidade... Só faltou o serviço funerário pra
fechar o ciclo. Uma boa oportunidade pros empreendedores de plantão. Se fizer a
parada direitinho, uns caixõezinhos maneiros, bem transados, com design moderno
e arrojado, vende que nem água!
Enfim, tá tudo aí... na
nossa cara! Quem tem ouvido para ouvir, ouça!
“O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras jamais passarão" Jesus Cristo
Pra quem não tá
acostumado a morrer, a morte deve ser realmente uma experiência assustadora!
De fato, nada mais
distante de Deus do que uma fé domesticada com ares de sabedoria humana. O
crístico é escândalo do início ao fim. Ou, como diria um camarada: é sem corrimão,
parceiro!
Chegando ao final da
jornada acadêmica, reafirmo uma antiga certeza: quanta babaquice é a academia!
A pós-modernidade tem
várias babaquices, é verdade. Mas, o grande temor que se tem diante dela –
especialmente nos círculos mais conservadores – é, também, um forte indicador
de que ela traz consigo muita coisa necessária.
Aproveitar o tempo é
tudo o que se pode fazer separado de Deus. NEle a simplicidade é tão absoluta,
que já não há tempo: apenas o eterno instante.
Definitivamente: mudar
de vida pouquíssimo tem a ver com mudar de ideia. A vida é, certamente, algo
bem mais sério.
O “adulto” é –
certamente – uma das construções sociais mais arrogantes que já se inventou.
“Falar do fim da
transcendência no século XX é falar de um cachorro morto que late pra caramba”
Remo Filho
Nada melhor para
justificar nossos auto-enganos do que identificar a Verdade à ideia ocidental
de coerência. Não havendo, obviamente, a possibilidade da coerência total,
sentimo-nos autorizados não só a fazer nossas negociatas existenciais, como,
nos casos mais graves – quando temos mais medo da destruição do ego –, a negar
a própria existência da Verdade. Impossível de ser apreendida pela via da
jogatina lógica, essa, por sua vez, encontra-se – de maneira bem mais simples –
muito mais próxima de uma atitude existencial que se responsabiliza a cada
instante pelo eu em sua condição presente. Condição que – pelo menos por ora permanecendo
em um misto de tempo e eternidade – constitui-se em um caminho chamado Vida: o
lugar da singularidade máxima, onde o indivíduo se encontra ele mesmo – sozinho
– perante Deus. O lugar onde tudo acontece. No fio da navalha...
O desejo de
“compartilhar” é, muitas vezes, expressão do desespero proveniente da flagrante
fragmentação de quem não vive o que ensina. O verdadeiro compartilhar não é um
fim, mas a consequência natural – e, obviamente, gratuita – de uma vida vivida
na Verdade.
Ensinar é viver com radicalidade
Ensinar é Viver
Desconfie de todo
ensinamento relativo à vida que só pode chegar até você mediante dinheiro. E
não, o mundo não vai mudar através do comércio de informações! Ainda que as
informações sejam rosas e usem brincos de coração.
Alguém que depende de
um sistema para sobreviver, ainda que o critique, no fundo fará de tudo para
preservá-lo. Só por isso é patético querer ensinar os outros a resolver os
problemas do mundo sem, antes, ter resolvido a própria vida.
“A vida assusta.
Vivemos numa sociedade biofóbica, numa cultura biofóbica, que tem medo da vida,
que expulsa a vida de perto.” Helena Maltez
“Distrair-se é trair a
si mesmo. É dividir-se” Ana Branco
Na dialética da fé,
quanto mais se transcende, mais imanente Deus se torna. Não por acaso, Cristo –
o Deus-Homem cuja existência não depende de nenhuma mediação humana para ser
comunicada – é o paradoxo perfeito e ápice da revelação divina. Só por isso, ainda
que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, só posso encontrar o Emanuel – esse
Deus conosco – na simplicidade assustadora da terra.
Assim como não se pode
confundir um capitão de fragata com um cafetão de gravata, também não se pode
confundir valores eternos com valores dos séculos passados. O nome disso não é
fé, é conservadorismo.
Numa sociedade que se
transformou numa grande loja de departamentos, gerar emprego e acreditar na
necessidade de se ter um é o que há de mais importante em termos de valores.
Inconsequência é medir
a vida!
Parte superior do formulário
“Um mundo de crescentes
demandas não é apenas um mal – só pode ser classificado como um inferno.” Ivan
Illich
Se as ideias nunca
foram capazes de mudar o mundo, quem dirá o comércio de ideias.
“Não existe ato de
maior irresponsabilidade do que dar aula” Remo Filho
O inferno é,
certamente, um lugar com muitas obrigações a se cumprir.
“Mas o pior inimigo que podes encontrar serás
sempre tu mesmo; tu mesmo estás à tua espreita em cavernas e florestas.
Solitário, percorres o
caminho no rumo de ti mesmo! E teu caminho passa por ti mesmo e pelos teus sete
demônios!
Herege, serás para ti
mesmo, e feiticeiro e vidente e doido e céptico e ímpio e celerado.
Arder nas tuas próprias
chamas, deverás querer; como pretenderias renovar-se se antes não te tornasses
cinza!” Nietzsche.
"É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de
excesso de amor. E só o amor faz o bobo." Clarice Lispector
A revolução acontecendo e o coração de sacanagenzinha.
A vida – em toda a sua acontecência – não respeita nem mesmo
consciência. E como eu gosto!
Só no reino do amor há liberdade. Ideias se vão e fica a
verdade: unidade.
Nunca mais acredito em minhas ideias. E, dessa vez, é sério.
“Chega aí, rapidinho” – É o que a vida diz quando, pelo caminho,
nos encontra cheios de certezinhas.
Meu corpo é o meu mundo.
“A toxicidade dos segredos pode ser maior do que a
insensibilidade dos incultos” Nilton Bonder
“Sem o aval da vida nosso desejo não vai longe e não se
transforma em bênção” Nilton Bonder
“Ai do profeta que não vê o que sua jumenta percebe!” Nilton
Bonder
“Trabalhamos e engendramos estruturas muito sofisticadas para
nos oferecer benefícios quando elas contêm em sim sofisticadas formas de nos
prejudicar. E não é apenas roubo material que sofremos. As hierarquias nos
roubam a paz porque elas pressupõem políticas e espertezas. Há muita malícia em
todas as formas de hierarquia porque sub-reptícia a elas está a tentativa de
subvertê-las por parte de alguns e também a de mantê-las a qualquer custo por
parte de outros. Nada é mais roubado do que a paz nas estruturas piramidais.”
Nilton Bonder
“A diferença entre os prazeres de quem é um fim e de quem é
um meio determina formas muito diversas de existência. Enquanto o primeiro se
pauta por gratificações constantes e o temor máximo de que a morte as
impossibilite, o segundo busca a serventia e teme uma vida que seja inócua e
que não cumpra sua função. O desejo clássico quer receber e é temente à morte;
o desejo quântico quer doar e é temente à vida.” Nilton Bonder
“Estar em paz com não produzir pode significar grande maestria
sobre si e pode representar um serviço de dimensões impressionantes.” Nilton
Bonder
“Quem precisa de ‘segredos’ está tentando burlar a vida,
corromper a estrutura de bênçãos desse universo.” Nilton Bonder
Quando quero fazer, faço. Quando não quero, (me) debato.
Sou mais quando faço menos.
Sabe aquela sensação de quando você está quase se cagando, chega
na porta de casa e pensa: fodeu, não vai dar mais!? Então...me sinto assim a
dois meses de me formar.
Quem teme, repele. Quem ama...ama.
Quanto mais indivíduo me sinto, mais me sinto parte do todo.
Já a pretensão de universalidade só me leva a segregar.
A percepção de mim mesmo como indivíduo me conduz a sensação
de universalidade. Já a percepção de mim mesmo como um ser universal, me leva a
um individualismo/tribalismo/grupismo segregador do caralho. É...é assim. A
vida é esse lindo paradoxo: tudo que você tenta pegar, corre! Quando solta, você
alcança. E tudo isso sem barganha! Agora vai, e dorme com um barulho desses.
“Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos encantados.
Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do
pensamento… a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma
minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma
pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem.” Rubem Alves
A feira da Glória é melhor que a Lapa.
Nas minhas muitas buscas pela vida, diversas vezes tive a
sensação de ter encontrado o caminho. Hoje sei que não só não encontrei o
caminho, mas que o caminho não é encontrável. A vida é o caminho. Um caminho
com muitas portas e janelas – incríveis, diga-se de passagem – onde, diversas
vezes, nós é que somos encontrados. Leloup estava certo: o contrário do aberto
é o inferno. A vida é abertura. Constante. Calemo-nos.
Vejo Deus em lugares que até ele duvidaria.
“Nem só de pão viverá o homem” Jesus Cristo
“Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça,
paz e alegria no Espírito Santo;” São Paulo
Gosto dos mistérios. Sempre gostei. Mas nisso Paulo estava
certo: ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver amor,
nada serei. É ainda mais simples que o simples.
O lugar da vida é onde minha potência se realiza. Seja lá
onde isso for.
Uma vida que me leva ao isolamento é uma vida que se perdeu
pelo caminho. Anjos também distraem e espiritualidade também serve de
entretenimento. O verdadeiro amor só se dá na assombrosa realidade da convivência
em igualdade.
A facilidade que temos em nos distrair pelo caminho é tanta
que até a simplicidade transformamos em mistério.
Nossas muitas opiniões acerca da vida e do mundo não
passam de desabafos acerca de nós mesmos.
Parte superior do formulário
Parte superior do formulário
Ao final do curso de filosofia, percebi que minhas ideias,
muito mais do que explicar o mundo e as coisas, são a melhor fonte que tenho
para me conhecer.
A liberdade é um caminho pessoal e intransferível.
A mente é o corpo. Fodeu!
Cada um tem a vida que escolhe. Enquanto uns matam um leão
por dia, eu tô comendo uma jaca por dia. E foda-se!
"Parcamente alimentado e de coisas inocentes, pronto ao
vôo e impaciente por voar, por voar longe - tal é o meu modo de ser; como não
deveria haver nele algo do modo de ser das aves!" Nietzsche
A principal característica do espírito que busca a conquista,
manutenção ou qualquer outra relação promíscua com o poder é a desqualificação
do pensamento divergente, identificando-o com a noção – criada por ele mesmo –
de desordem.
A história da filosofia poderia, tranquilamente, se chamar
história da arrogância humana.
Velhinho passando na porta da igreja é surpreendido por
aquela gostosa e, todo embananado, não sabe se faz o sinal da cruz ou olha a
bunda da moça. Na dúvida, faz os dois. Um salve à natureza humana!
Só dá maluco. O que varia é a forma como administramos nossa
loucura.
Deus não conhece bem e mal, nem certo e errado. Quem caiu
nessa foi a gente.
Exatamente como eu desconfiava: a sensação de abandonar a
faculdade é MUITO melhor do que a de se formar.
Substituir a identificação do ser ao pensar, predominante na
modernidade, pela identificação do ser ao fazer - um fazer de cunho
estritamente utilitário, ainda por cima - não me parece ser um bom caminho. A
realidade segue abarcando as duas dimensões. E muitas outras.
Reduzir o fazer ao fazer com as mãos é como reduzir o pensar
ao pensar com o intelecto. Duas faces da mesma moeda.
A vida não se deixa engaiolar. O vivo é dinâmico.
Discussão ambiental é algo que se começa pelo prato. Se eu
não quiser me tornar ridículo.
Seguir diretrizes alimentares ditadas por outrem nada tem a
ver com comer vivo. Comer vivo é – antes de tudo – uma forma de relacionar-se
com o ambiente no âmbito da graça.
Já há algum tempo, optei por não comer carne. Mas, identificar
a perversidade do SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ao ato de COMER ANIMAIS não
me parece honesto. Especialmente, diante de percepções tão antropomórficas da
natureza. Aliás, nada que tenha o moralismo como resultado me parece uma boa
opção. Portanto, alegremo-nos e transbordemos nossa felicidade deixando o
próximo em paz em suas escolhas. De outro modo, acho que nem a nós mesmos
conseguiremos convencer de que estamos tão bem em nossos caminhos.
Existir é impressionante.
Parte superior do formulário
A cidade não é simplesmente uma maneira de configuração do
espaço. É um modo de vida. Um modo de vida incompatível com a vida e com a
liberdade humana.
Andando por aí, percebi que, ironicamente, o tipo que tende a
se relacionar com a natureza antropomorficamente, especialmente
"humanizando" animais, geralmente tende também a ter grandes
dificuldades de relacionamento com gente. Uma esquizofrenia que leva a tratar
animais como irmãos e os irmãos a partir de uma perspectiva existencial de
superiorioridade.
Parte superior do formulário
Parte superior do formulário
Parte superior do formulário