A boca fala do que o coração tá cheio

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vísceras em festa



Ou pé na jaca
Ou terno e gravata
Seja como for
A vida tem me tratado assim

Exige de mim
Não pedaço
Nem bagaço
Mas me quer inteiro

Existência gulosa
De desejo profundo
Recipiente sem fundo
Que precisa absorver

Como criança levada
Não anseia muita coisa
Basta o chão da vida
Pra se lambuzar

Ah, Senhor!
Eu devia ter desconfiado
Que essa tal de plenitude
Não pode ser negociada

Mas circunscrito na razão
Como tolo me portei
Sem contudo perceber
A risível redução

Imerso em gratidão
E com as vísceras em festa
Celebro a integridade
Onde habita o TEu Sagrado

(15/01/2013)

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