A boca fala do que o coração tá cheio

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Ponte da Navalha


Quem com sede
Na Terra foi lançado
Sob os pés
Traz o fio da navalha

É alma que clama
Desejosa de retorno
Tendo na eternidade
O único consolo

Eterno agora
De um presente dadivoso
Que desconhecendo o porvir
Tem o tempo como adorno

É um fogo que arde
Como motor da existência
Movimentando a vida
Conservando só a essência

O ser assim constituído
Habita numa ponte
Que de seu ponto mais alto
Pode ver o horizonte

Logo abaixo de seus olhos
De cada lado há uma cidade
A Ilha da Loucura
E o Recanto da Serenidade

Terras abundantes
Cada uma à sua maneira
Que alimentam os viajantes
Com fartura hospitaleira

Entrepostos de sabedoria
Que oferecem experiências
E nas lições do dia-a-dia
Compartilham sua ciência

Feliz é o homem
Que transitando em liberdade
Não despreza as riquezas
De ambas as cidades

Sintetizando todo o bem
Tem na ponte o seu caminho
E no abrir do coração
Faz-se amigo da humildade

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