A boca fala do que o coração tá cheio

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Batalha das águas


Arco de prata no céu
A barca desliza sorrateira
Nas sinuosas águas
Do colo da sereia

A noite é escura
O reflexo encanta a atmosfera
E o caboclo guerreiro se concentra
Para mais uma jornada

Travessia longa 
Atravessada por mistérios mil
Sustos com tamanha natureza
Encontros de todos os tipos
Parte superior do formulário
  
Mas no bailado do rio
A balsa balança 
Já prenunciando ao velho índio
O bálsamo que há de vir

Na luz da folha verde
E na força do cipó
Avança como serpente cintilante
De rubros olhos inflamados

Rasteja e se enrosca
Com intrépida prudência
Girando e mirando
O animado inimigo

Até que num gesto incandescente
Impulsionado pelo germe da vida
Assoprado é como labareda
Num flamejante bote purifica-dor

Basta! Basta!
Vencido está o gigante das águas
Chamuscado e tornado em cinzas
Já não pode mais reinar

Gratidão nobre amigo
A terra está à vista
E o galo já cantou
Vem raiando o novo dia







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