Arco de prata no céu
A barca desliza
sorrateira
Nas sinuosas águas
Do colo da sereia
A noite é escura
O reflexo encanta a
atmosfera
E o caboclo guerreiro
se concentra
Para mais uma jornada
Travessia longa
Atravessada por
mistérios mil
Sustos com tamanha
natureza
Encontros de todos os
tipos
Mas no bailado do rio
A balsa balança
Já prenunciando ao
velho índio
O bálsamo que há de vir
Na luz da folha verde
E na força do cipó
Avança como serpente
cintilante
De rubros olhos
inflamados
Rasteja e se enrosca
Com intrépida prudência
Girando e mirando
O animado inimigo
Até que num gesto
incandescente
Impulsionado pelo germe
da vida
Assoprado é como
labareda
Num flamejante bote
purifica-dor
Basta! Basta!
Vencido está o gigante
das águas
Chamuscado e tornado em
cinzas
Já não pode mais reinar
Gratidão nobre amigo
A terra está à vista
E o galo já cantou
Vem raiando o novo dia
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